terça-feira, 25 de junho de 2013

O dia 17 de Tamuz é um dia de jejum em memória à queda de Jerusalém, antes da destruição do Templo Sagrado. Marca também o começo do período das 3 semanas de luto, encerrado por Tishá BeAv. O dia 17 de Tamuz é o primeiro dos 4 dias de jejum mencionados no livro Profetas. A intenção do dia de jejum é despertar nosso senso de perda com o Templo destruído ? e a subseqüente jornada do povo judeu pelo exílio. A tristeza desses eventos nos ajuda a conquistar aquelas deficiências espirituais que acompanharam esses momentos trágicos. Através do processo de "Teshuvá" - introspecção e o comprometimento em melhorar ? temos o poder de transformar a tragédia em alegria. Na verdade, o Talmud diz que após a futura redenção de Israel e a reconstrução do Templo, esses dias de jejum serão dedicados a dias de festividades e regozijo. Conforme dito pelo profeta Zechariah: o dia 17 de Tamuz se tornará o dia de "alegria para a Casa de Judá, e banquetes festivos e alegres." O QUE ACONTECEU NO DIA 17 DE TAMUZ? Cinco grandes catástrofes ocorreram na história do povo Judeu no dia 17 de Tamuz: 1. Moisés quebrou as tábuas da lei no Monte Sinai ? em resposta ao pecado do bezerro de ouro; 2. As oferendas diárias do Primeiro Templo foram suspensas durante o cerco a Jerusalém; 3. Foram abertas brechas nos muros de Jerusalém, antes da destruição do Segundo Templo em 70 a.e.c; 4. Antes da Grande Revolta, o general romano Apostamos queimou um rolo da Torá ? abrindo precedentes para a terrível queima de livros judaicos através dos séculos; 5. Uma imagem de idolatria foi colocada no Santuário do Templo Sagrado - um ato de blasfêmia e difamação; (Originalmente, o jejum era feito no 9o. dia de Tamuz quando da queda de Jerusalém antes da destruição do Primeiro Templo em 586 a.e.c., porém, depois da queda de Jerusalém em 17 de Tamuz ? antes da destruição do Segundo Templo - os sábios decidiram por uma combinação de datas para observação de ambas as tragédias, que resultou em 17 de Tamuz). COMO OBSERVAMOS O DIA 17 DE TAMUZ? 1. Não comer e beber desde o pôr-do-sol até o anoitecer; 2. Mulheres grávidas e enfermos - e aqueles cuja saúde poderia estar de alguma forma comprometida ? estão dispensados do jejum; 3. Caso o dia do jejum coincida com o Shabat, o jejum é adiado para o domingo; 4. É permitido banhar-se, perfumar-se e usar sapatos de couro; 5. A reza do "Aneinu" é recitada junto com a Amidá de Shacharit e Minchá pelo chazan. Inserções individuais somente no Minchá; 6. Selichot e "Avinu Malkeinu" são recitados; 7. Êxodo 32:11, no qual são mencionados os "13 Atributos da Misericórdia", é lido tanto nos serviços da manhã quanto da noite; 8. Isaías 55:6 - 56:8, que discute a renovação do serviço do Templo, é lido como Haftará no serviço de Minchá;
O Amor Quebra Barreiras Por Tali Loewenthal, traduzido por Moishe (Maurício) Klajnberg Existem muitas limitações e barreiras na vida. Algumas são muito importantes para uma existência sadia e são estabelecidas e promovidas pela Torá. Outras limitações são mais ambíguas e a própria Torá dirá que elas devem ser vencidas pelo bem de ideais mais elevados. Nossa Parashá também nos conta sobre a travessia de barreiras. Pinchas, o neto de Aharon, provê o paradigma de uma pessoa zelosa. A palavra “zeloso” vem de “zelo”, entusiasmo excessivo. No final da Parashá da semana passada, Moshê e Aharon foram confrontados com uma situação em que eles se sentiram impotentes. De uma forma muito pública, um líder judeu, o príncipe de uma das doze tribos, estava expondo todo o conceito de identidade judaica ao se relacionar publicamente com uma mulher midianita. Moshê chorava. Seria este o fim do Povo Judeu? Pinchas avançou com uma lança e aparentemente tomou a lei em suas próprias mãos. Nós o vemos aparentemente quebrando as regras judaicas da busca por evidências e do julgamento cuidadoso. Mesmo assim no início de nossa Parashá, ele é elogiado por D'us por seu ato. Os Sábios discutem este evento e apresentam um quadro ligeiramente diferente. É verdade que Pinchas cruzou limites. Entretanto, ele permaneceu dentro da lei da Torá. No pensamento judaico, existem certos cursos de ação que são descritos como dentro dos limites da lei, mas os quais, mesmo assim, não podem ser sugeridos pela corte legal (“É de fato a lei, mas nós não a damos como uma instrução”)1. O ato de Pinchas estava nesta categoria. Era uma situação desesperadora que requeria um remédio desesperado, e Pinchas fez a coisa certa e é recompensado por D'us de uma forma extraordinária. O que isto nos ensina sobre nossas próprias vidas? O Lubavitcher Rebe, de abençoada memoria, sugere a transferência deste tema de atravessar barreiras para o mundo do positivo, como expressão do ideal de Ahavat Yisrael, amar a outro judeu como a ti mesmo. Existe a estrutura normal, ideal, da vida judaica: uma comunidade próxima e calorosa; um círculo familiar íntimo; uma vida imersa em atividades tipicamente judaicas. Este é o objetivo do marido e da esposa comprometidos, observantes e instruídos na comunidade judaica. O Rebe sugere seguir o exemplo de Pinchas: manter-se dentro da lei da Torá, mas romper alguns aspectos desta estrutura, porque um judeu, de alguma forma, tem necessidades. Convide uma pessoa para a sua mesa de Shabat, talvez alguém que nunca tenha vivenciado isto antes. Passe algum tempo com esta pessoa, ajudando-o ou a ela a sentir- se aceito(a), em vez de executar seus deveres judaicos convencionais de uma forma automatizada. Desta forma você quebra barreiras, por causa do seu amor.
Verdade e mentira indice 06.01.2006 - 06 de Tevet 5766 Embora condenemos a falsidade e valorizemos a verdade, muitos esticam um pouquinho a verdade quando as circunstâncias permitem. Afinal, é muito fácil racionalizar e justificar uma mentira inocente. Por outro lado, algumas coisas são tão repulsivas e nojentas que instintivamente as evitamos. Sentimo-nos revoltados só de pensar em entrar em contato com algo muito poluído, e mesmo que alguém nos tente convencer com agrados, isso não nos ajuda a vencer nossa repulsa. Amar realmente a verdade exige não apenas que evitemos o mal, mas que o desprezemos. Aqueles que amam a D’us devem desprezar o mal, diz o Salmista (97:10). No versículo acima citado, o Rei David vai um pouco além. O ódio pela falsidade e pelo mal deve ser tão intenso e profundo que o próprio pensamento sobre eles é repugnante; devemos rejeitá-los instintivamente da mesma maneira que abominamos algo tão obsceno que contamina todos que o tocam. Talvez acreditemos ter amor à verdade, mas o teste de fogo é o quanto desprezamos a falsidade. A menos que a mentira automaticamente nos cause repulsa, não atingimos ainda o verdadeiro amor pela Torá
O Coração Judaico – O Segredo de Elul Por Sara Esther Crispe Amor. Esta é a mais poderosa das emoções humanas. Todos ansiamos por ela. Não podemos viver sem amor. E mesmo assim, é tão avassalador, tão abrangente, que não há maneira de medi-lo, prová-lo, defini-lo ou sequer descrevê-lo. Quando falamos sobre o intelecto, é representado pela mente. E quando falamos sobre as emoções, especificamente sobre o amor, elas são representadas pelo coração. Por quê? Quando nos viramos de costas, não temos ideia sobre o estado da outra pessoa. O símbolo do coração é provavelmente um dos mais conhecidos. Em todos os continentes, culturas, religiões, idiomas, aquele pequeno coração vermelho significa amor. É usado para assinar cartas, para representar a palavra “amor” em si mesma, e tem inundado o mercado sendo impresso em cartões, camisetas, colares, balões e em tudo que se possa imaginar. Como a imagem do coração como a conhecemos, é o símbolo para esta apaixonada experiência de amor? O mês no qual estamos agora, Elul, é a chave para destrancar o significado interior e mais potente do coração. Como se sabe, as letras hebraicas que formam a palavra “Elul”, um alef, lamed, vav e lamed, são um acrônimo para a frase (de Cântico dos Cânticos): “Ani L’dodi V’dodi Li” que significa: “Eu sou para meu amado e meu amado é para mim.” Esta expressão linda e romântica é o que representa nosso relacionamento com nosso Criador, que frequentemente é comparado ao relacionamento entre marido e mulher, noiva e noivo, em nossa vida individual. O Zohar explica que no início de Elul somos” achor el achor”, que significa “de costas” e ao final de Elul somos “panim el panim”, que significa “face a face”. Mas como é possível que estejamos de costas? Isto não implicaria que D'us tem Suas costas viradas para nós também? Como podemos dizer isto quando este é o mês no qual – como nos ensina o mestre chassídico Rabi Shneur Zalman de Liadi – “o Rei está no campo”? Não é este o mês em que D'us está mais acessível do que nunca, quando Ele está esperando que nós O saudemos, quando Ele está lá para nós no “campo” de nossa vida cotidiana? O fato de que somos descritos como de costas e depois face a face é uma incrível lição. Muitas vezes, quando estamos furiosos, magoados, abandonados, não temos ideia do estado de espírito do outro. E é mais fácil acreditar que não somos os únicos que estamos de costas viradas. É mais fácil pensar que o outro também se virou, que o outro não está nos encarando, porque se for este o caso, então mesmo se nos virarmos, isso não vai ajudar, então para que se incomodar. Por que fazer o primeiro movimento e ver as costas do outro? Porém essa racionalização é a causa de muitas discussões mal resolvidas, sentimentos feridos e relacionamentos rompidos. Como é clássica a cena, retratada interminavelmente nos filmes, em que o casal vai se afastando um do outro. A certa altura o homem se volta, querendo chamar o nome dela, pedindo outra chance, implorando perdão. Ele está a ponto de falar, mas percebe que ela está de costas. Ela está se afastando. Ele diz a si mesmo que é tarde demais, que ela simplesmente não se importa. Então ele se vira de costas novamente. Segundos depois, ela se volta para olhar para ele. Ela não quer que isso termine. Ela deseja dizer algo, mas não pode reunir a coragem, não tem aquela força. E por que, por que deveria, se ele está de costas? O mês de Elul nos ensina a necessidade de estarmos dispostos a virar de volta. Ela olha para ele ansiosamente, mas isso não adianta, então ela presume que ele não se importa porque continua a caminhar para longe dela. E nós, que estamos assistindo, sentamos na beira da poltrona, esperando que talvez eles se voltem ao mesmo tempo, e finalmente entendam que o outro se importa, que embora eles pareçam estar de costas, na verdade querem estar face a face. Às vezes esse final de conto de fadas acontece, outras vezes eles simplesmente continuam a caminhar em direções opostas para longe da vida do outro. É o mês de Elul que ensina a necessidade de estar disposto a virar-se. O Rei está no campo, nosso Criador está ali, e não importa como estamos nos sentindo, Ele jamais fica de costas. Tudo que precisamos fazer é nos virar para entender que Ele está ali, esperando por nós. O “de costas” que vivenciamos no começo do mês é baseado em nossos equívocos, nossos temores, nossas presunções. Somente quando nos viramos é que entendemos a verdade, a essência interior, e então ficamos “face a face”, o que não significa que podemos finalmente olhar um para o outro, mas ainda mais, podemos olhar dentro do outro, pois o radical da palavra para face, “panim”, é o mesmo que “pnimiyut”, que significa “interiorização”. Portanto agora a questão é como essa lição nos é ensinada, não somente no mês de Elul, mas através do próprio nome “Elul”. Um nome hebraico não é uma mera maneira de referir-se a algo, mas na verdade representa sua alma. A Chassidut ensina que todo pai é dotado com inspiração Divina quando ele ou ela dá nome a um filho. É o nome que representa os aspectos mais profundos desta pessoa. A Cabalá e a Chassidut nos ensinam que para revelar o significado essencial de uma palavra hebraica precisamos analisar as letras que a formam, seu valor numérico, sua forma e seu significado. Como dissemos acima, a palavra Elul é formada de um alef, um lamed, um vav e a letra final, outro lamed. A primeira letra em Elul é numericamente equivalente a um, que representa a ideia da total unidade de D'us. Devemos agora então responder como tudo isso está relacionado ao coração. Aqui é onde nossos ‘lameds’ são mais uma vez definidos. A essa altura é importante pensar novamente sobre o símbolo do coração e questionar sua origem. E portanto não é surpresa que o significado desse símbolo mais uma vez seja encontrado na própria palavra para coração. Em hebraico, coração é “lev”, que se escreve “lamed-beit”. Rabino Abraham Abulafia, no ano 1291, escreveu um manuscrito chamado Imrei Shefer, no qual ele define o significado de coração. Rabino Abulafia escreve que a palavra coração, “lev”, “lamed-beit”, precisa ser entendida como dois “lameds”. Isso porque a letra “beit” é a segunda no alfabeto, sendo numericamente equivalente a dois. Portanto ele explica que a palavra precisa ser lida e entendida como dois “lameds”. Porém isto não basta. Como explica Rabino Yitschak Ginsburgh, para que haja um relacionamento, os dois “lameds” precisam estar conectados. Precisam estar face a face. Quando viramos o segundo “lamed” de frente para o primeiro, formamos a imagem do Coração Judaico (como é visto no desenho do início deste artigo). Embora o coração, como estamos acostumados a vê-lo, esteja bastante claro nesta forma, uma parte inteiramente nova do coração também é revelada. O coração e o amor que ele representa somente podem prosperar quando há uma totalidade na conexão. Isso porque a letra “lamed” é a mais alta de todas no alfabeto hebraico. O motivo é porque ela representa o conceito de romper os limites, de ir além do seu potencial, de entrar no superconsciente a partir do consciente. O “lamed” também significa duas coisas simultaneamente. Significa tanto “aprender” quanto “ensinar”, o que nos mostra que as duas estão ligadas e ambas são essenciais. Num relacionamento, devo estar disposto a aprender com o outro, tornando-me assim um receptor. Porém a outra pessoa também deve ser capaz de aprender comigo, o que então faz de mim o mestre, o doador. Além disso, a imagem do “lamed” pode ser quebrada em três outras letras. A parte superior da letra é a de um “yud”, a menor das letras hebraicas, e a letra que representa a cabeça. A cabeça contém a mente, o intelecto, mas também a face. A próxima letra em Elul é um ”vav”. Em hebraico, o “vav” serve como uma conjunção “e”. Como uma palavra “vav” significa “gancho” e em sua forma se parece com um gancho. Portanto neste caso o “vav” é o gancho que está conectando o “yud”, a mente, com a letra de baixo, o “chaf”, que representa o corpo. Fisicamente falando, simboliza o pescoço que transporta o fluxo de sangue do cérebro para o coração. Isso nos ensina que o coração, o amor que ele representa, somente pode prosperar, florecer, quando há uma totalidade na conexão. O coração judaico, o verdadeiro amor, representa uma conexão mente a mente, face a face, olho a olho, corpo a corpo, alma a alma. O “vav”, a conexão entre a cabeça e o coração, deve sempre permanecer sadio com um fluxo claro. Se algo o interromper, o relacionamento não pode continuar. Como todos sabemos, uma das maneiras mais rápidas de matar uma pessoa é um corte através do pescoço. O pescoço é nossa linha da vida. Assegura que nossa cabeça, nosso intelecto, governa sobre nossas emoções e que haja um intercâmbio saudável entre a mente e o coração. O coração com o qual estamos familiarizados, o símbolo que representa o amor em todo o mundo, carece do “yud” e do “vav”, estão faltando a mente e o pescoço. O símbolo popular representa somente a conexão física entre corpos. Então é por isso, que Elul é o mês que começa de costas e termina face a face. No início do mês, não estamos cientes da realidade de que “Eu sou do meu amado e meu amado é meu.” Porém, ao trabalharmos em nós mesmos durante este mês, estando dispostos a virar e fazer mudanças, entendemos que nosso Criador jamais virou as costas. Ele sempre esteve de frente para nós e está apenas esperando que nos voltemos. E quando o fazemos, somos então como dois “lameds” que estão face a face, o que forma o coração judaico – a essência do mês de Elul. Elul então deve ser entendido como um “alef” representando D'us, seguido por um “lamed, vav, lamed” que está conectado (vav) ao outro lamed. E o coração judaico, essa ideia de amor como uma totalidade de conexão, não é meramente o trabalho para o mês de Elul, mas todo o propósito da criação. Este coração judaico é um símbolo de por que fomos criados e o que devemos realizar. Pois a Torá é o projeto da criação e o manual de como nos conectamos com o Divino. E não é um livro que tem começo, meio e fim, mas sim um rolo, pois aprendemos que o “fim está entrelaçado no começo, e o começo no fim”. Então o que encontramos quando o fim do Rolo de Torá volta ao início? Como a Torá termina e começa? A última palavra da Torá é “Yisrael”, que termina com a letra “lamed” e a primeira palavra é “bereshit”, que significa “no princípio”, que começa com um “beit”. Quando juntamos a primeira a a última letra da Torá, temos “lev”, a palavra hebraica para coração. Que sejamos abençoados com a capacidade de canalizar os poderes do mês de Elul, reconhecer e revelar nossa capacidade de aprender e ensinar. e por meio disso, ficar face a face com nós mesmos, com nossos entes queridos, e com nosso Criador, como somos ensinados através do coração judaico. Nota: O desenho do Coração
Primavera nas Colinas de Golan A Primavera nas Colinas de Golan é uma das mais belas e coloridas, devido ao excelente clima ameno, após os mêses do inverno rigoroso, as flores nesta região brotam de forma especial e bela, tornando esta área de defesa natural de Israel um paraíso turistico com riachos transbordando após a estação das chuvas. Estas fotos foram tiradas na subita para as colinas de Golan na localidade de Had Ness, de onde os lírios do campo surgem tornado a paisagem em torno do Mar da Galileia ainda mais bela.